Capítulo 4



 Só falo a verdade



A mãe de Johan chegou muito aflita pensando que o menino sofrera um grave acidente e que lhe mentiram por telefone.
O bombeiro lhe explicou que seu filho desmaiara por causa do pandemônio que formara.
- Não se preocupe senhora foi tanta coisa ao mesmo tempo em que ele se assustou e acabou desmaiando – repetiu o bombeiro. - claro que o seu estado alcoolizado contribuiu muito para fato, mas ele esta bem e logo vai tá novinho em folha.
- Muito obrigado seu bombeiro... Deus o abençoe.
- De nada senhora... Me chamo torres – olhando pro rapaz – e você moço já pode ir pra casa no caminho dona Maria Raabe reclama com o filho de tal forma que chama atenção dos que passaram.
- Porque você me dá mais trabalho que seus irmãos e irmã em Johan?
- Fiz nada mãe.
- Fiz nada, olha que cínico? Antes você era um exemplo de menino, firme na igreja... Eu tinha tanto orgulho...
- Sou jovem Mainha, depois volto.
- Depois Johan, e Deus é Deus de depois.
- Tá mãe que conversa chata.
- O que você disse?
- Desculpa.
- Desculpa por te passada a noite fora? Ou por ter se tornado um alcoólatra que nem o seu pai? Ou até mesmo por não querer saber de Deus? Ou por...
- Tá chega por tudo.
- Pai do céu, eu acho que vou morrer de desgosto mesmo... Que vida esta minha... Ó vidinha miserável... A desgraça do álcool se abateu sobre minha casa e não quer mais sair. Quando penso que finalmente estou livro desta maldição lançada pelo inferno, meu filho que viu o meu sofrimento com o pia dele vai para o mesmo caminho. Como pode? Como pode Senhor !!? É esta  minha cruz que devo carregar por toda minha vida? Me diz assim eu possa suportar com mais facilidade.
- Que isso mãe? Que drama é esse? Acabei de pedir desculpas oxê!!
- Oxê!! O que? Até você que era minha alegria, virou um viciado cachaceiro, sem falar em outras drogas que você me esconde né?Logo você que tanto me orgulhava e enchia meus olhos de esperança e felicidade, me torna pior que seu pai, que tanto nos fez sofrer com a violência dele.
- Eu não uso drogas mãe só gosto de tomar umas e isso não é nada de mais até o próprio Cristo gostava de uma birita sabia?E não sou igual ao meu pai!!!
- Você tá maluco menino!? E Cristo gostava de cachaça!! Deus castiga as falsas acusações fique sabendo.
- Ele gostava de tomar vinho... Falsa acusações não saíram de minha boca aqui não.
- Espero que o próprio Cristo não leve sua sandice em consideração, espero mesmo ,pois as drogas estão corroendo não só seu corpo e sua alma ,mais o seu espírito esta totalmente dominado pelo inimigo das nossas almas.
- Sai pra lá! Sangue se Cristo tem poder, a senhora esta maluca é? Mim chamando de endemoninhado...
- Só falo a verdade!!
As reclamações só se encerram quando chegaram em casa.
Seus irmãos estavam ansiosos para saber o acontecido que foi esclarecido pela mãe na hora do jantar.
- Mãe, eu vou dá uma saída.
- Você vai pra onde?
- Vou à casa de um colega da escola.
- Vai não, baixe o fogo.
- Por que não??
- Desmaiou pela manhã, já passou a noite fora ontem, ainda acha pouco.
- Que nada mãe, tô bem, sou um homem tá.
- Tá bem é um homem, mas não vai e pronto.
- Oxê mãe!!!
- Porque não vai para a igreja?
- Igreja... Oxê... Oxê... Oxê... – pensou – pronto hoje vou na casa do meu amigo e domingo vou pra igreja com a senhora.
A princípio Raabe não gostou da ideia, mas de tanto o filho insistir, acabou sabendo, entretanto estabeleceu horário para o filho.
- Dez horas mãe? É muito cedo.
- Ainda é muito pra você, não era, nem pra sair de casa o mês inteiro.
- Mas eu vou pra igreja no domingo.
- Mesmo assim, dez horas se quiser – irredutível – tá certo.
- Johan comeu rápido, nem escovou os dentes calçou um tênis e se foi, não queria perder uma noite de sábado depois de uma semana de trabalho lá na sapataria de seu Edmílson.
Era todo dia a mesma coisa consertando sapatos, engraxando, polindo costurando... Aquele cheiro horrível de cola.
Ao invés de ir à casa do amigo, foi para a Fabrica local onde flutuava em cima a fortaleza Betáven.
- É isso mesmo minha mula, a noite só está começando venha pra minha casa, venha – ficou babando Malcã.

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