Prolongo

Relâmpagos e trovões tomavam contam do céu, que estava escuro, as luzes dos postes mal iluminavam o caminho coberto pelo aguaceiro que despencava do alto sem dó.

Johan corria feito um louco, a cabeça latejava e doía sem parar, parecendo que a qualquer momento explodiria. Queria parar de correr, porém algo muito forte o puxava cada vez que estancava.
Eram mãos poderosas e quentes que não o deixavam desfalecer,ele esfregou os olhos para poder  ver ou mesmo distinguir de onde vinham aquelas mãos ou mesmo sensação de calor e refugio que querer conduzi-lo pareciam conduzi-lo para algum lugar.
- Que isso Deus? Estou muito doidão!!!Ouço o bater de asas e metais se chocando. Vozes, muitas gruídos e urros estão me enlouquecendo...
Estes sons não paravam de zumbir e as vozes e mais vozes com gruindo ameaçando de morte, maldições, palavrões,blasfêmias, urros, xingamentos, as vozes berravam assustadoramente de repente sumiam deixando um cheiro estranho no ar que amargava a garganta e o fazia querer vomitar.
Enquanto alguém invisível com uma doce voz que acalmava  sua alma lhe dizia:
- Não temas,não pare, você esta protegido.
Isto lhe renovava as forças para continuar a correr.
No caminho cruzou com alguns homens que estavam no meio daquele temporal numa esquina parados. Pode ver, não sabe como? Que os olhos deles ficaram amarelados e que seus rostos pareciam de bestas ferozes e famintas por sangue.
- Espere garoto! Mula desgraçada!
A voz que saíra da boca de um daqueles homens, era mais um grunhido horripilante, parecida idênticas com as que vinha ouvindo por todo o caminho.
- Vais morrer maldito; filho de uma rameira - gritou um outro que puxou uma arma da cintura e a pontou para Johan.
Mesmo que esfregasse sem parar as mãos nos olhos não conseguia extingue-lhes a fisionomia, a não ser aquelas de bestas ferozes,por isso mesmo sem saber para onde ir: corria, corria e corria...
De repente era puxado para um lado, às vezes para o outro, até que escorregou dentro de um lamaçal embolando na água que transbordava dos esgotos entupidos de lixo, levantou-se ,na verdade foi levantado pelas mãos poderosas que lhe falou pela primeira vez com uma voz firme e forte.
- Corre!!! Corre!!!
Sua cabeça latejava sem parar. Olhou para traz e viu um dos perseguidores estrebuchando no chão, enquanto outro gritava.
- Malditos quérubes, vocês vão pagar- mal terminou de pronunciar a frase esfumaçou-se num tom amarelado com cheiro de enxofre.
- Ai!!! meu Deus!!! - desesperou-se.- quem são estes caras? e que molesta dos cachorros é um Quérube? Estou ficando maluco bebe de mais butaram alguma coisa na minha vodca. Com certeza a batizaram. Haaaaaa!!!Haaaaaa!! -soltou um grito como quem quer se liberta daquele pesadelo.- Tô vendo coisas, até fumaça amarela que grita.
No meio daquele aguaceiro todo do nada surgiu um caminhão, quando deu por si; já se viu embaixo do veículo que lhe deixou claro naquele momento que o seu dia naquele mundo chegou ao fim, morreria esmagado.
Faíscas começaram a brotar ante a seus olhos, elas pulavam pra tudo quanto é lado, como se outro mental corta-se do chassi a lataria, as rodas e tudo mais que encontre-se pela frente.
Seu corpo foi comprimido  ao chão, mesmo que nado o toca-se. Viu o caminhão que por ele  foi passando indo tombar alguns metros também, derrubando todos os carros que transportava.
Ofegante e cheio de pavor, sentou-se ao chão ficando com uma das pernas estiradas, não tinha mais forças para continuar. Abismado não acreditando no que vira acontecer ante os seus olhos.
- Tô muito doidão!!! - gritou alucinado.
- Ele está ali - ouviu uma mistura de grito e grunhindo. 
- Ai!!! meu Deus!!! - desesperou-se.
 Tentou levantar rapidamente, porém perdeu o equilíbrio e caiu de bruços sobre um monte de lixo trazido pelas águas,  sentiu aquelas mãos poderosas o erguendo outra vez.
O puseram de pé.
- Ser valente e corre!!! - uma voz poderosa bradou em seus ouvidos.
Correu, correu, correu, correu...  E sem menos esperar o chão desapareceu sob seus pés. Caiu num bueiro cheio de água, no instante que caia um estampido ecoou sendo abafado pelos trovões e relâmpagos.
- Vou morrer Pai do céu -  pensou desesperando-se, enquanto  afogava-se. 
Parecia que seus pés tinham molas ao trocar o fundo do enorme bueiro, subiu num impulso enquanto algo desviava a água que vinha em direção a sua cabeça.
Se viu praticamente sentado na borda do buraco.
Neste momento um dos geenas  que se apossara de um dos marginais  armou seu arco e disparou sua flecha.  
Neste  mesmo instante o meliante atirou.
Como que vindo do nada um colosso negro surgiu bloqueando a flecha com seu escudo, antes que esta atingisse a cabeça de Johan e ao mesmo tempo com a sua cintara cortou o projetil.
Assombrado  por sentir a morte bem de perto Johan ficou paralisado ,foi neste momento que  arregalando os olhos  que ele viu um raio sendo cortado por uma espada.
Neste ínterim, um imenso ser de cabelos prateados surgiu do bueiro levantando-o e colocando-o em pé e o puxou para debaixo de suas asas.
- Deus - gritou de medo. O que era aquilo um ser grande com enormes asas e espada em punho, que com uma de mãos enormes o segurava como se fosse uma palha seca. O outro um negro colossal também com asas gigantescas de espada e escudo nas mãos lhe sorria. - Estou muito drogado ou ficando louco.
O vento e a chuva batiam cada vez mais forte em seu corpo
Só então percebeu que corria outra vez, quando chegou perto da grande praça. Olhou e viu a enorme névoa que pairava sobre ela.
Temeu!
Milhares de criaturas estranhas e ferozes dominaram a praça que ficava enfrente a um templo de uma igreja.
Assim que o avistaram  fecharam o cerco.
Estou  encurralado. Não tenho como escapar. - pensou fechando os olhos para ver se aquela cena bizarra desaparecia da sua frente.
Esfregou bastante.
Abri-os. 
Foi neste instante que ele sentiu uma forte rajada de vento soprando e ela trazia milhares de seres colossais que atacaram abrindo o caminho até até o templo da igreja, apesar das muitas perdas que tiveram.
Johan se viu empurrado junto com aquela ventania. enquanto escutava o titilar de metais que se chocavam, gritos e grunhidos ao seu redor.
Pulou um pequeno muro e caiu.
A vista ficou turva lhe dando a impressão de homens, criaturas sabia lá o que? Lutavam a espadadas e machadadas apagou.
Não antes de escutar .


- Você está seguro; amigo...

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